Jornalismo
30-04-2016

As marcas da maternidade numa capa de revista contra a corrente

Os valores da verdade e da transparência, que são cada vez mais valorizados na sociedade contemporânea, ao contrário do que muita gente pensa, foram bem traduzidos numa capa de revista contra a corrente, como é o caso da capa da revista "Visão", desta semana, que assinala o Dia da Mãe, que, em Portugal, é celebrado neste domingo, 1 de maio, dando destaque às mulheres que foram mães e às marcas físicas da maternidade.
Vivemos na era da prevalência da imagem em detrimento do conteúdo, ou do parecer em detrimento do ser. Estamos, por isso, na era dos corpos perfeitos, que têm de ficar perfeitos mesmo depois de um parto, como se isso fosse possível sem a ajuda do "photoshop" ou estivesse ao alcance de todas as mulheres.
A revista "Visão", porém, foi à procura de mães portuguesas perfeitamente reais, de carne e osso, que se despiram de preconceitos e exibiram publicamente as marcas da maternidade, que são, afinal, marcas de amor.
Quando o mais fácil teria sido dar capa a mulheres bonitas e mães fisicamente perfeitas numa estância de férias idílica, como muitas vezes acontece, a "Visão" fez uma boa capa, não só do ponto de vista jornalístico, mas também do ponto de vista cívico e pedagógico, como elemento de promoção da natalidade, que, em Portugal, parece estar a seguir uma linha ascendente, depois do número de nascimentos ter batido no fundo.
Há jornais e revistas que fecham as portas e despedem jornalistas em massa, mas a profissão tem um futuro que importa trilhar. Quando o jornalismo defende a causa de tornar o mundo melhor, ele cumpre o papel de informar e sensibilizar as pessoas. Esse é um dos novos caminhos do jornalismo na era digital. E este trabalho sobre as marcas da maternidade no corpo das mulheres é um bom exemplo. 
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