Comunicação
06-02-2016

A retórica como arma de comunicação

LUÍS PAULO RODRIGUES

Tão antiga quanto a existência humana, a retórica, que muitos consideram tratar-se de uma arte do passado, é, obviamente, uma das disciplinas mais importantes das ciências da comunicação. Todos os dias elaboramos textos, mandamos mensagens escritas ou faladas ou ouvimos discursos. Ou seja, todos os dias praticamos exercícios de retórica, ou de argumentação, enquanto processos discursivos de influência.
Em casa, no trabalho, na escola, nos encontros sociais, em família, nas redes sociais ou nos e-mails que escrevemos. Sempre que precisamos de comunicar ou influenciar uma decisão, tomamos a palavra e discursamos, aduzindo argumentos válidos, com eficácia e sedução, que nos levem para a sua verdade. É isso que fazem, por exemplo, todas as crianças quando querem convencer os pais de alguma coisa do interesse delas.
Sempre que alguém quer que alguma coisa se transforme, usa o discurso para provocar a transformação que pretende. É o caso, por exemplo, do líder do Governo que quer o orçamento aprovado e discursa para justificar as suas opções.
Todas estas ações implicam exercícios de retórica – a arte milenar de bem falar, de mostrar eloquência diante de um público para ganhar a sua causa, que Aristóteles, desde a Grécia Antiga, nos ensina como ninguém.
A retórica é a arte discursiva que visa “convencer ou persuadir, seja qual for o auditório a quem se dirige e a matéria a que se refere”, na definição do filósofo polaco Chaïm Perelman (1912-1984), recorrendo à linguagem, “o objeto em que se inscreve o poder, desde toda a eternidade humana”, como afirma o sociólogo e semiólogo francês Roland Barthes (1915-1980).
A retórica é, portanto, uma arma de comunicação muito poderosa.
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